Nessa fotografia dos mendigos alegres, inseridos naturalmente num dos cartões postais mais representativos da cidade do Rio de Janeiro, podemos observar um fenômeno social que culminou com a banalização do erotismo nos dias de hoje. Observem a data em que a fotografia foi feita, 1983, naquela época existia mais glamour embutido no erotismo de uma maneira geral. Usei um rolo de filme Kodachrome para a sequência de fotos que culminou nessa que aqui exposta; lá pela metade do filme o mendigo feliz, ou alegre se preferirem, começou a abaixar a roupa de sua namorada, ou sei lá que nome podemos dar a uma namorada mendiga.
Os seres felizes da sociedade, que são assim chamados porque obtiveram sucesso financeiro, é que são os verdadeiros seres tristes que precisam empregar o dinheiro desse capitalismo viciado em que vivemos para terem uma falsa sensação de felicidade. Os mendigos não são tão alienados e nem tampouco excluídos da sociedade como a grande maioria das pessoas teimam em pensar. Os mendigos são mais livres e mais orgulhosos de sua liberdade do que todas as outras pessoas que compõe a sociedade merda em que vivemos e que confunde erroneamente a liberdade orgulhosa deles com vadiagem. E para terminar a minha defesa dessa fotografia, e citando a grande fotógrafa Diane Arbus: a imagem puramente técnica perde para a imagem carregada de informações e complexidades como esta aqui em cima.
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