sábado, 23 de novembro de 2013

ARQUIVO ZECA FONSECA



Nessa fotografia dos mendigos alegres, inseridos naturalmente num dos cartões postais mais representativos da cidade do Rio de Janeiro, podemos observar um fenômeno social que culminou com a banalização do erotismo nos dias de hoje. Observem a data em que a fotografia foi feita, 1983, naquela época existia mais glamour embutido no erotismo de uma maneira geral. Usei um rolo de filme Kodachrome para a sequência de fotos que culminou nessa que aqui exposta; lá pela metade do filme o mendigo feliz, ou alegre se preferirem, começou a abaixar a roupa de sua namorada, ou sei lá que nome podemos dar a uma namorada mendiga. 
Os seres felizes da sociedade, que são assim chamados porque obtiveram sucesso financeiro, é que são os verdadeiros seres tristes que precisam empregar o dinheiro desse capitalismo viciado em que vivemos para terem uma falsa sensação de felicidade. Os mendigos não são tão alienados e nem tampouco excluídos da sociedade como a grande maioria das pessoas teimam em pensar. Os mendigos são mais livres e mais orgulhosos de sua liberdade do que todas as outras pessoas que compõe a sociedade merda em que vivemos e que confunde erroneamente a liberdade orgulhosa deles com vadiagem. E para terminar a minha defesa dessa fotografia, e citando a grande fotógrafa Diane Arbus: a imagem puramente técnica perde para a imagem carregada de informações e complexidades como esta aqui em cima.

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