domingo, 29 de abril de 2012

Dois Capitalismos. O capitalismo não é uma instituição mundial organizada. Pelo contrário, é muito desorganizado e dessa desorganização é que vive o mercado; ou, noutra análise, são valores acumulados destinados à produção de bens de capital. O capitalismo tem como engrenagem fundamental a exploração da força de trabalho. Não veem o que acontece na China?; eles possuem um capitalismo de Estado, e impõem linha dura ao seu povo, forçando cargas horárias inimagináveis para nós ocidentais. A única diferença entre a China e os Estados Unidos é que a China pratica um capitalismo livre a ponto de serem antiéticos e fabricar produtos mais baratos de qualquer marca já consagrada. Tá bom, os chineses foram antiéticos e fabricam bolsas baratas que são idênticas às bolsas de certa marca caríssima. Vamos pensar; se os chineses conseguem fazer aquela bolsa gastando tão pouco a ponto de fazer um preço quase mil vezes menor, então fica explícito que o fabricante daquela bolsa original cobra um valor extorsivo dos seus clientes. É aí que reside a questão, o cliente que compra numa loja dessas não está violando nada por querer gastar pouco e ter uma bolsa de etiqueta, mesmo sendo falsa, afinal vivemos numa democracia. O capitalismo é imutável; é como uma doença sem cura. E a violência nos grandes centros só tende a aumentar! Por que será? O caráter das pessoas em geral está piorando, mais e mais, na medida em que avançamos no tempo. A coisa mais preciosa que haverá no planeta será a honestidade, e a coisa mais prazerosa será sentir confiança. Acreditar é preciso! Só para vocês terem uma ideia da importância do que estou falando, confiança será mais importante que sexo; antigamente os contratos eram firmados de boca, a palavra valia; hoje os contratos parecem apostilas de estudo cheias de páginas contendo centenas de cláusulas. Escolha seu modo de vida, não deixe que o modo de vida escolha você. Zeca Fonseca Petrópolis, abril de 2012

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Trecho de PANDEMONIUM

"Surgia, então, uma sociedade de homens fracos e mulheres famintas, mas ainda viciada em velhos esquemas escusos. Ou seja, só mudou o sexo da mosca que voa sobre a mesma sujeira de sempre." Página 19 de PANDEMONIUM, ED. Faces

quarta-feira, 25 de abril de 2012

É preciso separar a fé das religiões

Nenhuma religião é verdadeira. Todas são mentirosas e tentam criar coincidências históricas para solidificar suas mentiras sagradas. Assim são as religiões!

terça-feira, 24 de abril de 2012

Coliformes eletrônicos

Assistir TV é um ato quase fisiológico; como se defecássemos, só que num tipo de fluxo inverso tal que a merda entra em vez de sair. E o canal de entrada não é o ânus, mas os olhos. Dentro dessa analogia posso afirmar que ando com uma diarréia danada! Zeca Fonseca Itaipava, 24/4/12

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Trecho de PANDEMONIUM

"A cúpula do jornal era composta por jornalistas de esquerda que recebiam um cala-boca da direita, que eles tanto odiavam, na forma de salário." página 20 de PANDEMONIUM, Ed. Faces. R$34,90 nas melhores livrarias.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

S.O.S. FAMÍLIA

Muito se fala em recuperar o planeta.
As calotas polares estão, ano a ano, se desprendendo mais e mais.
Os terremotos, furacões, tornados, vulcões em erupção, enchentes em toda a parte: isso tudo está a ponto de se tornar banal. Existe uma divulgação da desgraça em curso nas televisões de todo o mundo; é a venda da desgraça para os futuros desgraçados, já que no fundo sabemos que tudo irá acabar um dia. Ou porque morreremos, ou porque algo de muito trágico acontecerá com todos, muitos ou alguns ao mesmo tempo.

Muito se fala em recuperar o planeta. Mas se esquecem de que antes é necessário recuperar as pessoas. Depois, as famílias. Os laços de sangue estão de soltando e dando lugar a uma sangria no seio das famílias
Somente a partir do indivíduo será possível unificar os agrupamentos e com isso as cidades partidas como a que vivemos.
O planeta como uma grande prole requer a melhoria das relações familiares e da relação de seus indivíduos com o ambiente social no qual estão inseridos. E viveversa.
Hoje o cenário que vejo é o das famílias se fechando em suas ínfimas células. Muitas vezes essas famílias são compostas de três pessoas apenas, ou duas. Do jeito que vamos um dia família terá seu conceito alterado. Poderemos ter uma família composta de um cão, um gato e um humano. Por que não?

Zeca Fonseca
Niterói, 14-4-2012

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Sexo e Religião

Só pênis, ou Jesus, salva uma mulher infeliz!

terça-feira, 3 de abril de 2012

Trecho extraído da pág 332 de "Pandemonium" Ed. Faces

"Devemos estar em algum grau avançado de carência afetiva, onde nada resolve o nosso problema. E o pior de tudo é que pensamos já ter esgotado todas as alternativas de sermos felizes."

domingo, 1 de abril de 2012

Frase da hora

Ela quem me adoece, mas também é ela que me trás a cura. (março 2012)

Frase da hora

A realidade é como uma onda grande e insurfável, e eu apenas um humilde surfista tentando entrar na real. (março 2012)

Caminhoneiro versus sociedade

O Brasil não tem uma malha ferroviária que dê conta da produção anual de grãos do sul do país, por exemplo. Daí a importância cada vez maior de conservarmos as rodovias interestaduais que temos. Os caminhoneiros são as formiguinhas da sociedade; são eles que enfrentam as mais variadas intempéries para levar a carga ao seu destino – muitas vezes incerto. Eles cuidam de faturar seu ganha-pão de modo honesto, só não percebem que carregam o lixo ainda antes de virar lixo propriamente dito.
Eles, os heróicos caminhoneiros, são os emissários da merda que depois teremos de carregar para lixões a céu aberto, que com sorte terá ou não algum tipo de reciclagem desse mesmo lixo, e posterior tratamento. Esses pobres coitados, uma parcela razoável dos motoristas em atividade, que muitas vezes não dormem em cama e passam a noite dirigindo sob efeito de anfetaminas de procedência ignorada, vulgarmente chamada de rebite. Fiz uma pesquisa pessoal; e o resultado é que mais de 10% dos motoristas que transportam cargas pelas rodovias fazem uso dessas drogas para conseguirem cumprir as metas que vão proporcionar certo lucro para eles, claro que a maior parte do lucro é do atravessador. Atravessador é o intermediário entre o produtor e o consumidor, via alguma cadeia de pontos de venda. Em última análise é o capitalista; o investidor que vai apostar sua grana numa carga para depois aferir lucros compensadores nalgum mercado específico.
Ou seja, estamos em casa esperando nossos produtos chegarem e sequer imaginamos como é que isso se sucede. Não estou aqui fazendo nenhum tipo de reclamação com as transportadoras. Acredito que elas se esforcem para selecionar os melhores motoristas; o problema é que quem conduz esses caminhões de última geração, ou aquele buzum velho e sem licença para rodar e cheio de trabalhadores voltando de uma colheita no campo, não é a mesma pessoa.
A maioria da mão de obra é viciada ou preguiçosa, ou de alguma forma eles trabalham o que pensam que é justo para o pouco que recebem. Sei lá, sou apenas um especulador nesse tema.
A sociedade capitalista vive um impasse no Brasil. Ou os empresários abrem mão de uma fatia dos lucros em prol dos trabalhadores, ou chegaremos a um colapso em nossas indústrias, nas fábricas, e no campo também. A aposentadoria é a questão crucial; não existe dinheiro para todos. Muito velho vai morrer fodido nesses próximos anos.

Zeca Fonseca
Petrópolis, fev. de 2012

Neném a bordo

Outro dia peguei um voo com três tenros seres humanos a bordo num daqueles aviões socialistas que não têm divisão de classe. Uma das mães desses bebês era muito nova e por isso totalmente despreparada; seu marido idem. Eu sentia dó e raiva!
Depois de quatro horas de choro, ou de voo, resolvi fazer alguma coisa. Na pior das hipóteses serviria para me esticar e fazer o sangue circular. Fui lá na frente, onde estava o jovem casal e me ofereci para pegar o neném no colo. Eles cochicharam; depois me olharam com desconfiança, mas sem falar nada, e então me entregaram o filho ainda chorando. Em poucos segundos no meu colo e o bebê estava mais calmo e não chorava mais. Levantei meus olhos do bebê para o resto do avião e senti um monte de olhares agradecidos na minha direção. Depois de uns minutos passei o filho para que a mãe o amamentasse. Isso os homens ainda não podem fazer, ao contrário das mulheres que tudo podem nos dias de hoje.

As mulheres são máquinas perfeitas para o trabalho, mas vieram com um defeito de fábrica – menstruam, e quando isso não acontece é pior ainda porque podem estar grávidas; o patrão fica sem a funcionária por uns seis meses no mínimo e por mais que disfarcem, eles, os patrões, nunca ficarão contentes com esta situação.
O mundo, a sociedade, os casamentos e as leis estão engessados. Nada vai mudar assim tão facilmente. Por isso não tenho nenhuma ideia para melhorar a vida da gente. Pelo visto será assim mesmo: uns dias bons outros nem tanto.
Minha proposta é para solucionar um problema antigo; os bebês incomodando os passageiros que não têm bebês. Minha ideia é adaptar alguns aviões exclusivamente para bebês. Em vez de aeromoça, seriam babymoças. Em vez de refeições, seriam servidas mamadeiras (duas rodadas, já que há sempre os mais famintos).
No caso de um bebê fazer cocô, um sensor ativará um sinal acima do assento, transformado em bercinho, que piscará sem parar até a babymoça atender àquele bebê encocozado.
O voo dos pais sairia um pouco depois, mas chegaria um pouco antes ao aeroporto de destino. O esquema seria montado para eliminar estresse da vida dos pais ricos. Sim, ricos porque este serviço custará uma pequena fortuna.
Fica aqui minha ideia, aproveitando que uma nova e ascendente parcela de brasileiros está começando a realizar longos voos.
Talvez essa ideia não seja rentável, e por isso inviável, mas meus ouvidos bem que agradeceriam um voo sem bebês a bordo.

Zeca Fonseca
Niterói, março de 2012