quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Plano de saúde ou morte planejada?

Os custos hospitalares estão tão absurdamente caros que estamos perto de um horroroso impasse. Ou aumentar o preço dos planos de saúde em algo em torno de 25% ou desligar os aparelhos que mantêm vivas pessoas com doenças terminais. O tema é muito complexo e recheado de polêmicas.
Eu sou a favor de o plano de saúde cuidar da morte também. Tudo incluído na tarifa que o morto pagava até aquele momento funesto.
Assim seria mais humano o plano de saúde das pessoas. Talvez assim os planos de saúde zelem mais pela vida dos seus segurados. E efetivamente morra menos gente por descuidos. E por outro lado se investirá mais na manutenção da saúde do povo.
Quem é o povo? Sou eu, você e todos nós?
Pobres e ricos estão remando para o mesmo lado pela primeira vez na história da Terra. Fenômenos estranhos estão acontecendo à plena luz do dia, sem que ninguém veja.
O mundo melhora na mesma velocidade com que os pessimistas repetem a velha ladainha de sempre. Ganham dinheiro com um pseudofinal da humanidade; especuladores da felicidade alheia usurpam o que podem neste planeta mundano, porque eles mesmos sabem do mal que fazem. Agradam governos e prefeituras doando obras e projetos revolucionários, mas que no final os tornará ainda mais ricos. E esses ricos são os mesmos que conseguem empréstimos milionários do BNDES “para aumentar os empregos diretos”, dirão os próprios. Mas o que vemos acontecer é a multiplicação da riqueza desses verdadeiros mecenas do século vinte um. Eternos insatisfeitos; devem ser seres humanos intragáveis que acumulam riqueza como forma de compensação para suas frustrações mais recônditas.
No final das contas o plano de morte das pessoas surgirá, mais dia
menos dia, como forma de tirar mais dinheiro dos pobres segurados;
inseguros em suas próprias existências.
Tenho vontade de não ter mais plano de saúde, celular, carro, emprego, e vizinho. Apesar de que meus vizinhos são exemplares. Eu é que sou o chato!

Zeca Fonseca
Niterói, 23-2-12

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

PROPAGANDA DESALMADA

Propaganda não é mais, apenas, a alma do negócio. A publicidade agora lida com almas humanas também.
Estava eu perdendo tempo vendo televisão quando aparece na tela uma espécie de propaganda paga, mas não posso afirmar se a TV que exibiu aquele embuste recebeu algum dinheiro ou se cedeu o horário grátis porque é coisa de religião.
A relação das autoridades brasileiras com as infindáveis congregações religiosas existentes no Brasil faz com que nosso país se assemelhe à India, que vê na vaca uma coisa religiosa. As vacas vão se proliferando, e peidando muito também. Estes gases todos vão ajudar a arrebentar com a camada de ozônio assim como várias outras coisas conjugadas.
Não sou contra vaca, por favor. Quero deixar bem claro que adoro leite, manteiga, torresminho, picanha. Não briguem comigo! Só acho que tem vaca e religião demais por aí.
Vocês sabiam que uma religião qualquer dessas que existe aos borbotões não paga nenhum imposto? São sociedades sem fim lucrativo. Mas, deixa tentar entender;
se as religiões não tem fim lucrativo por que fazem propaganda e veiculam propaganda enganosa na TV o tempo todo. Numa forma claramente maldosa de catequização eletrônica.
Naquele tal dia que assisti o anúncio na TV, os textos eram apelativos, do tipo “eu era um drogado”; “traía minha mulher”; “Mas quando entrei para a igreja X minha vida mudou da água para o vinho.” Nesse momento a câmera deu um close no cara todo bonitinho; com a barba feita, quase dando para sentir o cheiro da loção pós-barba que aquela ovelha usava.
Quanta hipocrisia!
Será que eu invento uma igreja também, ou continuo a bombardear com textos este escândalo que ninguém quer discutir. Deve estar rolando muita grana para todas as partes envolvidas. Não pode ser!
Será que o que sobrou de honesto no governo não vai mudar isso?
Aposto que não!

Zeca Fonseca
Petrópolis, 10-1-12

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Sou fã de Gisele Bündchen


Nunca fui fã da modelo Gisele Bündchen, mas depois que ela defendeu publicamente o seu marido passei a admirá-la.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Um ser humano, ou o fast-dead de Paris?



Foi o médico francês Joseph-Ignace Guillotin (1738-1814) que sugeriu o uso deste aparelho na aplicação da pena de morte. Guillotin considerava este método de execução mais humano do que o enforcamento ou a decapitação com um machado. Na realidade, a agonia do enforcado podia ser longa, e certas decapitações a machado não cumpriam seu papel ao primeiro golpe, o que aumentava consideravelmente o sofrimento da vítima. Guillotin estimava que a instantaneidade da punição era a condição necessária e absoluta de uma morte decente. O aparelho serviu para decapitar 2794 "inimigos da Revolução" em Paris.

Guilhotina medieval

Decepção é como uma guilhotina medieval,
vc mal morreu e já vê a cabeça, SUA, rolando!

inventei esta palavra hoje (bio-degradante)

Olha gente acabei de inventar uma palavra nova, de cunho crítico/debochado: nossa baía é bio-degradante que vem de degradável e por sua vez de desagradável que é o que os cariocas sentem assim que saem de casa. Alguns nem conseguem sair. É trágico cômico, e acho que farei uma crônica sobre isso agoora!

MAIS DO MESMO: T.S.ELIOT

‎"O tempo presente e o tempo passado Estão ambos talvez presentes no tempo futuro E o tempo futuro contido no tempo passado. Se todo tempo é eternamente presente Todo tempo é irredimível. O que poderia ter sido é uma abstração Que permanece, perpétua possibilidade, Num mundo apenas de especulação. O que poderia ter sido e o que foi Convergem para um só fim, que é sempre presente. Ecoam passos na memória Ao longo das galerias que não percorremos Em direção à porta que jamais abrimos Para o roseiral. Assim ecoam minhas palavras Em tua lembrança." Excerto de "Os quatro quartetos" 1943

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

T.S. ELIOT


Pra quem não conhece o maior poeta inglês de todos os tempos (pra mim) aqui vai o começo de East Coker, de T.S.Eliot:
‎"Em meu princípio está meu fim. Umas após outras as casas se levantam e tombam, desmoronam, são ampliadas, removidas, destruídas, restauradas, ou em seu lugar irrompe um campo aberto, uma usina ou um atalho. Velhas pedras para novas construções, velhos lenhos para novas chamas, velhas chamas em cinzas convertidas, e cinzas sobre a terra semeadas, terra agora feita carne, pele e fezes, ossos de homens e bestas, trigais e folhas. As casas vivem e morrem: há um tempo para construir e um tempo para viver e conceber e um tempo para o vento estilhaçar as trêmulas vidraças e sacudir o lambril onde vagueia o rato silvestre e sacudir as tapeçarias em farrapos tecidas com a silene legenda. Em meu princípio está meu fim." T.S.Eliot
Seu nome de batismo era Thomas Stearns Eliot.
Nasceu em St. Louis, Missouri, nos Estados Unidos em 26 de setembro de 1888.
Mudou-se para a Inglaterra em 1914 (então com 25 anos), tornando-se cidadão britânico em 1927, com 39 anos de idade. Sobre sua nacionalidade e sua influência na sua obra, T.S. Eliot disse:
"My poetry wouldn’t be what it is if I’d been born in England, and it wouldn’t be what it is if I’d stayed in America. It’s a combination of things. But in its sources, in its emotional springs, it comes from America."
Morreu em Londres em 4 de janeiro de 1965. Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1948.