domingo, 19 de dezembro de 2010

Trecho do capítulo 55 de PANDEMONIUM

"Insistimos em escolher como queremos viver a nossa vida, e nunca vamos vivê-la em sua plenitude. Sabem por quê? Porque assim como não devemos planejar a nossa morte, não deveríamos planejar a nossa vida também. Eu havia planejado tantas coisas para a minha vida, e todas aquelas coisas estavam tão longe de se realizar, que automaticamente já estava entrando numa espécie de plano B. Um plano inconscientemente mortal."

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Relacionamentos

"No primeiro dia de qualquer relacionamento é quando se perpetuam as regras do jogo. É nesse momento que uma das partes perde alguma coisa para a outra. O começo da relação é na verdade o começo do fim da própria coisa. No começo fingimos que gostamos; depois tomamos gosto em fingir, até o ponto em que só resta fugir. Rimamos a vida, mas rumamos para a morte." Extraído da pág.214 de PANDEMONIUM.

domingo, 12 de dezembro de 2010

A Droga do Amor (palestra itinerante)

"Amar é quase como gostar do pum da pessoa amada, como se aprecia o próprio." Frase que brotou depois de uma discussão sobre o amor ser uma espécie de anfetamina que torna viciante o contato com a pessoa amada. Ou seja, o ponto central da palestra "A Droga do Amor" na UERJ.

sobre o capitalismo

O neocapitalismo consiste em cada escravo ser dono de sua própria empresa.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Mais um excerto do meu 2º livro

‎"Vagava pelas ruas à noite, doidão, procurando boceta como um vampiro procura sangue. Ou, então, ficava em casa me entorpecendo e escrevendo frases soltas, desgarradas umas das outras, de modo que no final não faziam sentido algum. Bebia bebidas quentes naquelas noites frias. Chorava a vida derramada, enquanto cheirava... a morte empoeirada. Cap. 40 de PANDEMONIUM (R$ 9,90 no formato digital)

PANDEMONIUM digital à R$ 9,90 na SUBMARINO

"Minha vida estava uma grande meleca grudenta, grudada em antigas melecas petrificadas pela ação do tempo. Puro catarro endurecido, embebido em álcool e pronto para entrar em combustão. Eu era o fio desencapado de um artefato explosivo, no qual o pavio era curto demais." Pág.165 de PANDEMONIUM

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

guerrilha urbana

"Existe um subconsciente coletivo em uma subcidade: um Rio de Janeiro submerso, ora em lama, ora em sangue; cada bairro abriga seu submundo próprio, uma espécie de filial da violência generalizada que tem como matriz a vitalícia falta de educação. Caminhamos para uma guerra civil estadual; até os cegos podem ver. Pessoas morrem todos os dias nessa guerra não declarada." página 177 de PANDEMONIUM

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

sábado, 25 de setembro de 2010

Extraído do cap. 43 de PANDEMONIUM.

"A televisão foi inventada para difundir ideias, notícias, filmes etc. Mas o que temos é um aparelho sempre pronto para vomitar fatos e imagens de um mundo que queremos ignorar. Porém, por mais incrível que possa parecer, adoramos digerir as desgraças de nossos semelhantes. Algum setor sórdido, dentro de nós mesmos, nos afasta da razão e da compaixão."

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Trecho do próximo livro com Lemok.

"A inteligência dela estava toda na xoxota. E cada vez que a dita cuja piscava significava uma sinapse acontecendo."

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O mundo dá voltas,
como se girassemos em torno de um grande relógio.
Nesse exato momento ele, o relógio inverteu o sentido do movimento de seus ponteiros.
Isto está me afetando muito.
Estou triste.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

merda doce merda

Para quem nunca experimentou felicidade,
a alegria pode vir de qualquer merda.
Merda doce merda.

quinta-feira

Muita coisa para acontecer.
O ponteiro dos segundos não avança na velocidade normal.
Ou será que estão parados.
Dessa miragem, que mais se parece com um lapso de tempo na vida vivida, emerge uma espécie sofisticada de angústia que precede uma grande felicidade.

domingo, 20 de junho de 2010

O mago Saramago

Feiticeiro, escritor, mago.
Sara, mago!
Ergue-te das cinzas,
Junta-te aos cegos,
Uma guerra invisível está em curso.
Sara, mago!

Trecho de PANDEMONIUM

"Vivemos em uma sociedade de conveniência, composta por cidadãos
coniventes com um sistema corrosivo de classes.
Pobres criaturas ignorantes que desconhecem sua parcela de culpa
na destruição do meio ambiente em que vivemos.
Pessoas desprovidas de ética.
Não sentem desconforto em atirar lixo, desordenadamente, no
planeta.
O homem comum será o grande vilão de um futuro muito próximo."

Ela é meu amor

Eu a amo com todos os órgãos do meu corpo!
Sinto este amor como se houvesse uma orquestra sinfônica dentro de mim;
e uma música clássica, tal qual sua beleza, estivesse sendo executada unicamente para reverenciá-la.
Enquanto a orquestra entoa sua arte; a vida corre solta em nossas artérias, minha e dela, purificando o tom da alegria que nos exacerba.
Te amo!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Mais um excerto de PANDEMONIUM

"Rogava aos deuses, todas as noites, para que aqueles dias de agonia acabassem logo.
A um só tempo, era vítima e algoz de mim mesmo.
Desejava morrer e não desconfiava daquele meu plano macabro."

sábado, 29 de maio de 2010

Trecho de PANDEMONIUM de Zeca Fonseca:

"A ironia é a última instância dos inteligentes; nos ignorantes, é a violência."

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Mais uma frase do LEMOK, extraída de PANDEMONIUM

"O tempo diria quanto mais eu precisaria morrer para um dia poder viver de verdade."

sábado, 15 de maio de 2010

Frase extraída do meu livro de crônicas e contos.

"A felicidade é mais ameaçadora e aterradora que a confortável tristeza."

Mais um trecho de "Pandemonium"

"Eu era a redundância ambulante da loucura.
Estava largado, drogado, e ocupado demais com meu processo de auto-destruição para perceber que minha vida escoava pelo ralo.
Vivia como num transe."

terça-feira, 4 de maio de 2010

Mais um trecho de: "PANDEMONIUM"

"Tudo me impelia para a escuridão do meu poço inexplorado.
Alguma transformação importante acontecia em meus subterrâneos; sentidos importantes foram perdidos; fronteiras internas foram abolidas.
Era o fim. Ou algo parecido com fim."

quarta-feira, 24 de março de 2010

Trecho do livro "Pandemonium"

Alguma partícula minha,
desprendida de toda aquela loucura artificial,
manteve-me vivo.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Caracas!?

Segundo as últimas pesquisas, o Brasil tem mais de 85% de burros e imbecis! E o pior, a tendência é desse número aumentar!

sexta-feira, 5 de março de 2010

30 anos depois

Nos anos 70 as pessoas perguntavam qual era a minha posição política; agora, trinta anos depois, querem saber qual a minha posição preferida - na cama.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Idiotas em profusão

Estimulo os idiotas;
quero que aprimorem a idiotice inerente que os acompanha.
Quanto mais visíveis ficam, os idiotas, melhor.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Alegria fantasiada

Alegria fantasiada



O carnaval é um saco!
Uma festança generalizada prevista para durar quatro dias. É também a coisa mais chata que existe para quem detesta folia.
Pessoas estão doentes, deprimidas, tristes ou apenas sem alegria. São mulheres e homens incapazes de viver uma data tão festiva. Sem fantasias para cobrirem suas feridas abertas.
Fluidos negativos ziguezagueiam nesta época do ano. O Rio de Janeiro fica repleto de foliões, pra lá de animados, vindos dos mais variados pontos do Brasil e do planeta. E, não podemos esquecer, temos aqui problemas graves. A violência continua latente, apesar de rolar um certo cessar fogo histórico durante o carnaval. Uma cidade não pode ser maravilhosa sem paz. Tentar disfarçar o mau funcionamento desta metrópole, sitiada, é como cobrir com glacê um enorme bolo solado.
No Rio, o carnaval é uma festividade de alto risco. Virou banalidade a proliferação de balas perdidas e de doenças contagiosas. São muitas as moléstias que se pode contrair alegremente.
O que importa é a diversão. Eu sei. Mas não passa pela minha cabeça ir para a rua, e misturar-me àquela alegria artificial e imperativa.
Não sou contra a alegria, quero apenas frisar que existem infelizes.
Vamos pensar: o que faz um infeliz, sozinho, no carnaval?
Os alegres, as colombinas bêbadas e os pierrôs drogados, refestelam-se nos blocos como almas penadas. Procuram alguma coisa que desconhecem. Talvez a morte. Mas, como é carnaval, ela está fantasiada de vida.
O mais incrível é que nos blocos que eles se arrastam, todos estão vividamente fantasiados por fora, mas falecidos por dentro. Seguem com suas carcaças requebrando ao som do tamborim, ignorando que fazem parte de um cortejo fúnebre, onde o final não é um enterro e sim uma grande ressaca.
A sociedade se prepara para a diversão e esquece seus problemas.
Este período carnavalesco é um hiato no fluxo de lama diária que se deposita na conta de cada pessoa, feliz ou infeliz.
O carnaval funciona como uma descarga ao jogar para longe toda a podridão indesejável. Mas não adianta. É como uma anestesia onde o efeito dura quatro dias. Depois, acaba.
Existe alegria. Mas soa falsa.
Uma miragem ambulante que ilude a todos nós. Inclusive a mim.
Na quarta-feira de cinzas, depois que toda poeira de coliformes fecais ressequidos abaixar, a nossa vida voltará a ser a mesma coisa de antes.
Continuaremos atraídos por nós mesmos. Qualquer reflexo nos encanta.
A nossa imagem, impressa no espelho, revela que somos perfeitos espantalhos. Espantamos o que resta de nós, naquilo que vemos refletido.
Quanto mais me olho no espelho, menos vejo quem realmente sou. Possuo algum tipo de melancolia crônica de origem, totalmente, desconhecida. Nem me preocupo mais. Quero ficar bem, mas não forçarei a barra para parecer feliz. Assumirei que estou em outra vibração.
Não me deixarei seduzir pela boiada feliz, rumo ao pasto de bosta em que se transforma o Rio no carnaval.
Pastam no asfalto sujo e relincham de prazer.
Eu, assim como muitas pessoas, descansarei.
Lerei muito e escreverei um pouco.
Verei filmes; os cinemas ficam mais vazios e as locadoras oferecem promoções irresistíveis.
Passearei na orla da lagoa ou na areia da praia; observarei as pessoas que estiverem lá. Serão semelhantes meus. Do contrário, estariam dormindo.
Terei sempre à mão a programação dos blocos de carnaval. E o mapa da cidade para facilitar a minha fuga, caso resolva sair de casa.
Hei de sobreviver na contramão desse carnaval.


Zeca Fonseca (carnaval de 2008)