quinta-feira, 28 de junho de 2012

Noite sem fim/ Eu costumava dormir antes de meia-noite. Hoje em dia durmo tarde. Quando não escrevo, assisto televisão – filmes de preferência. Teve uma noite que eu não consegui dormir. As horas iam avançando e eu sem nenhuma ideia para escrever. Na TV não havia nada de bom, e olha que tenho mais de cinquenta canais. Só consegui dormir às cinco e meia da manhã, o dia estava quase clareando. Entrei no quarto sorrateiramente para não acordar minha mulher que dormia desde onze horas da noite passada. Na manhã seguinte já sabia que ia ganhar bronca, nenhuma mulher gosta que seu marido vire a noite acordado. O fato é que eu sou escritor e às vezes a coisa só sai na madrugada de insônia. Pelo menos torno minhas madrugadas acordado em algo proveitoso. Se não fosse escritor acho que faria de tudo para dormir na mesma hora que minha mulher, afinal é assim que os casais normais fazem. E quer saber, adoraria ser normal. As horas passam devagar nas minhas madrugadas em claro. Depois durmo até umas dez horas da manhã. Tomo café puro e estou pronto para começar um novo dia. Até quando eu vou aguentar essa rotina insalubre? Zeca Fonseca Niterói, 21-6-2012

domingo, 10 de junho de 2012

Minha crônica quinzenal que é publicada no Jornal da Cidade On Line

AMAR Amar representa tanta coisa; diz tanta coisa, que é difícil de definirmos e até de assumirmos quando estamos envolvidos pelas amarras deste sentimento grudento. O amor afeta o indivíduo, que uma vez afetado se entrega ao objeto de seu desejo. Amar é entender que um casal compreende dois indivíduos que resolveram viver juntos. Entender é tudo nessa vida incompreensível que levamos hoje em dia. Os valores estão cambiando, ou melhor, descambando. Confiança virou coisa rara no convívio social em todo o mundo, o mesmo acontece nos casamentos: uma crise de confiança! E para confiar é preciso entender todo um universo de coisas; as mulheres alcançaram o mercado de trabalho e em muitos casos já superam os homens em eficiência. Fato. Homens antigos vivendo a modernidade! Amar é resistir às seduções deste mundo fantasiado de moderno, ou será que ele, o mundo, é moderno mesmo? Não. Modernidade está nas máquinas e em tudo o que é matéria. Mas nos indivíduos a modernidade anda mais lenta. E essa lentidão é que faz com que ainda existam famílias unidas nas mais diferentes sociedades espalhadas pelo planeta. Amar é confiar que o outro ama você do mesmo modo como amamos. Amar é desconfiar também; afinal o medo de não ser amado, muitas vezes, é maior que o amor em si. Amar, amar, amar... Eu amo, e você? Zeca Fonseca Niterói, 9-6-12