Estava andando na rua.
Feliz apesar de todas as atrocidades que são desferidas contra a gente todos os dias e embaladas com o título de informação. Acho uma tremenda invasão a integridade sentimental do ser humano o modo virulento como os meios de comunicação exploram os fatos anormais. Vivemos todos uma dor globalizada; um sentimento de perda, mesmo sem ter perdido nada.
O dia estava ensolarado, e protegia meus olhos olhando mais para baixo que o normal. Num dado momento meu computador de bordo detectou, de acordo com o sincronismo de meus passos, que iria pisar em cheio em uma barata cascuda e aparentemente grávida de dezenas de baratinhas. Normalmente eu apertaria o passo para me certificar que estaria esmagando uma senhora matriz de inseto tão repugnante e malévolo. Mas hoje, não sei porque, eu fiz o possível para poupar a breve vida daquela barata. Não sei o que deu em mim. Eu salvei a vida dela e de seus futuros filhotinhos nojentos. Onde eu estava com a cabeça?
Bem. Tudo bem! As baratas sempre estiveram aqui na Terra.
Que vivam as baratas e os baratos! Mas só por hoje, porque amanhã voltarei a ser um serial killer de baratas urbanas.
Zeca Fonseca
Niterói, 8 de abril de 2011
sexta-feira, 8 de abril de 2011
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Kafkiano.
ResponderExcluirIsso me lembra o meu pai. Só que ele costuma pegar as baratas pelas antenas e colocá-las do lado de fora de casa. =)
ResponderExcluirKKKKKKKK Muito bom Zeca, protetor das baratas indefesas. Mas só por hj! bjs,
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